Mulher no volante, perigo constante. Será que é mesmo assim?
A expressão "Mulher ao volante, perigo constante" é bem conhecida de todos nós. Mas será que corresponde à realidade? Terá algum fundo de verdade? As estatÃsticas parecem dizer que não e demonstram que as mulheres têm menos acidentes ao volante do que os homens.
Está surpreendido? É verdade, fique a saber que os números provam que as mulheres têm menos acidentes graves do que os homens. Como já referiu José Miguel Trigoso, presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa, "a predisposição para o risco é claramente superior nos homens". Acrescenta também que isto é ainda mais evidente "nos acidentes graves, onde há uma sobre representação enorme dos homens".
O que dizem os números. Apesar da pesquisa, não é fácil encontrar dados comparativos da sinistralidade envolvendo a responsabilidade de cada um dos sexos. Se recuarmos a 2013, o relatório anual da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, refere que num total de 48.406 acidentes, 63% (33.444) foram protagonizados por homens. Por seu lado, as mulheres estiveram envolvidas em cerca de 28% (13,690). O jornal i, acrescenta que nesse mesmo ano resgistaram-se 172 feridos graves do sexo feminino e 997 do sexo masculino. Entre os acidentes fatais, o registo foi a morte de 30 mulheres ao volante face a 295 homens.
Atitude e cultura. Mas como é que se explicam estes números, nos quais se percebe que a maior sinistralidade envolve mais homens do que mulheres? Os especialistas apontam razões culturais e um maior protagonismo social no ato de condução. Elisabete Jacinto, piloto profissional de rally, argumenta que "as mulheres encaram o carro como um elemento utilitário, que serve para ajudar a viver melhor o dia-a-dia". "Já os homens", continuou, "têm o carro como um prolongamento da sua masculinidade". Além disso, "os homens conduzem desde sempre. Conduzir sempre foi um pelouro masculino".
Na hora de fazer contas à sinistralidade, concordará o leitor que pouco importa o género. Seja responsabilidade do sexo feminino ou masculino, o importante é baixar o número de acidentes, que em Portugal é muito elevado - sobretudo dentro das localidades. Por isso, ajude a passar a mensagem de que é necessário respeitar o código da estrada e conduzir com precaução.