Fiat Doblò vs Citroën Berlingo

Confronto entre dois pequenos furgões muito práticos.

Apesar de serem de origens diferentes, o Fiat Doblò e o Citroën Berlingo são mais parecidos do que se possa supor. Ambos encaixam dentro da tipologia dos furgões ligeiros de 5 portas, com tração às rodas dianteiras. A sua principal diferença reside no motor Diesel que surge debaixo do capot. O modelo italiano vem equipado com um bloco 1.6 de quatro cilindros e 16 válvulas a debitar 95 cv, e o modelo francês um bloco 1.5 de 4 cilindros e 8 válvulas com 102 cv.

12 de maio de 2022

Fiat Doblò

O Fiat Doblò carateriza-se pelo excelente aproveitamento do espaço interior (sobretudo uma generosa zona de carga), funcionando como uma opção barata para um modelo de sete lugares. O furgão apresenta um comportamento estável, com conforto e direção bem balanceada, além de motores Diesel com boa capacidade de resposta. Apesar disso, traz plásticos de fraca qualidade e não tem a possibilidade de encaixar uma caixa de carga no tejadilho.

  • Segmento: Furgão
  • Lugares: 5 pessoas
  • Portas: 5
  • Tração: frente 4/2
  • Peso da tara: 1505 kg
  • Capacidade do depósito: 60 L
  • Bagageira: 790 litros
  • 95 cv / 70 kW
  • Combustível: Diesel
  • Binário: 300 Nm
  • Direção assistida

Citroën Berlingo

O Citroën Berlingo oferece um espaço interior inigualável, um conforto excelente e um valor residual elevado.
Além disso, tem um interior mais aprimorado comparativamente com outros furgões ligeiros, embora seja marginalmente menos divertido de conduzir face à maioria dos concorrentes, incluindo o “irmão” Peugeot Rifter.

  • Segmento: Furgão
  • Lugares: 5 pessoas
  • Portas: 4
  • Tração: frente 4/2
  • Peso da tara: 1473 kg
  • Capacidade do depósito: 50 L
  • Bagageira: 597 litros
  • 102 cv / 75 KW
  • Combustível: Diesel
  • Binário: 250 Nm
  • Direção assistida

Muito espaço a bordo para pessoas e bagagens

Muito espaço a bordo para pessoas e bagagens

A última geração do Fiat Doblò foi lançada em 2009, tendo sido alvo de um facelift em 2015. O Doblò, tal como muitos outros furgões feitos com base em comerciais, carateriza-se pela sua versatilidade, sendo capaz de transportas muitas pessoas e respetivas bagagens, por um valor relativamente baixo. Contudo, a proposta italiana faz cedências face a alguns modelos de passageiros, apresentando materiais de baixa qualidade e uma estética pouco inspirada. Apesar disso, o Doblò consegue “esconder” relativamente bem a sua origem de base comercial, trazendo uma suspensão traseira independente mais sofisticada que lhe garante um conforto elevado. Além disso, os comandos muito leves e a enorme superfície vidrada favorecem a usa utilização em cidade. A bagageira oferece generosos 790 litros.

Já o Berlingo, um modelo produzido também em Mangualde, mantém intactas todas as qualidades que fazem dele um excelente furgão de passageiros – muito espaço para passageiros e respetivas bagagens, baixos custos de utilização, grande valor residual – com a vantagem de ter melhorado ainda mais cada um destes aspetos. Destaca-se sobretudo por ter um comportamento muito superior face aos seus antecessores, embora não seja tão divertido ao volante como a maioria dos rivais diretos. Ainda assim, é refinado e razoavelmente confortável. Evolui com base na plataforma EMP2 (a mesma do Peugeot 3008 e do Citroën C5 Aircross), o que além do refinamento superior traz melhor sistema de infotainment e tecnologia, não só comparado com o antecessor como com a maioria dos concorrentes. A bagageira tem 597 litros de capacidade.

Uma das grandes diferenças está nos motores

Uma das grandes diferenças está nos motores

O Doblò utiliza um motor Diesel de 1,6 litros Multijet que na versão base traz 95 cv e 300 Nm, mais propício para uma utilização em cidade. Caso seja preciso viajar em autoestrada e com muita gente e/ou carga a bordo a opção deverá recair na versão de 120 cv. O motor é relativamente silencioso no seu funcionamento, embora se faça sempre notar de fundo e se torne mais audível em situações de maior aceleração. Este motor opera em conjunto com uma caixa manual de seis velocidades, que permite uma maior poupança nos consumos em relação à caixa de cinco nos antigos 1.3, e que possibilita passagens de caixa suaves. A travagem é progressiva e os ruídos a bordo são contidos, tanto do vento como vindos do asfalto. Contudo, o furgão italiano tem maior rolamento de carroçaria face à maioria dos rivais, apesar do bom índice de aderência. O raio de viragem é de 11,2 metros.

Por sua vez, o Berlingo traz um motor com menos cilindrada, um 1.5, mas a debitar 102 cv e 250 Nm (mais 12 cv mas menos 50 Nm que o concorrente em análise). Essa diferença reflete-se nuns 0-100 km/h em 12,3 segundos para o modelo francês (1,7 segundos mais lesto que o modelo italiano). Este furgão conta também com uma caixa manual de seis velocidades, que opera de forma suave, embora não seja um primor de precisão face a modelos mais evoluídos como a VW Touran ou a Ford S-Max. Este bloco traz algumas vibrações no interior ao ralenti e é um pouco hesitante na resposta em situações de “kick down”. Esta opção Diesel traz consigo uma sonoridade de fundo sempre presente, mas o ruído vindo da estrada é bem absorvido, apesar de se sentir som do vento vindo das capas dos espelhos e do para-brisas. A direção do Citroën é leve a baixas velocidades, facilitando manobras, embora seja precisa em estrada. Em curva, o Berlingo inclina-se um pouco mais do que o desejado, sendo menos “agarrado” à estrada face a alguns MPV assumidos. Tem a vantagem de ser surpreendentemente confortável mesmo em terrenos mais esburacados, sobressaindo neste aspeto em relação a opções mais caras.

O veredito

O Fiat Doblò é um furgão de passageiros feito a partir da base de um comercial e isso está sempre presente. Peca pela estética e pela qualidade dos plásticos no interior. A sua grande virtude é, no entanto, o espaço a bordo, num modelo que surpreende pelo comportamento dinâmico. Já o Citroën Berlingo, igualmente com muito espaço no interior, é mais evoluído, uma vez que partilha a sua plataforma EMP2 com outros modelos de passageiros da PSA. Isso reflete-se num nível de conforto superior. Perde pelo visual muito colado ao dos comerciais e pelo funcionamento algo impreciso da caixa manual.

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