Lexus UX 300e vs Volvo C40 Recharge
Uma dupla de SUV familiares que prometem combinar condução com zero emissões e o luxo. Mas qual deve escolher: o primeiro modelo da história da Lexus totalmente elétrico ou o recém-chegado e mais ousado esteticamente da Volvo?
Nesta estreia em modelos puramente elétricos, ambos os fabricantes optaram por adaptar modelos já existentes, neste caso dois SUV compactos premium com pouco menos de 4,50 metros de comprimento. Ambos são também os modelos mais rápidos e das respetivas gamas, mas também os mais caros. As diferenças estéticas para as versões térmicas são também residuais, com exceção de alguns emblemas e apontamentos estéticos específicos, como a grelha, por exemplo.
Lexus UX 300e
Se vive na cidade e está à procura de um SUV compacto e elegante, o Lexus UX300e é uma proposta tentadora. É bem equipado, agradável de conduzir e promete um excelente registo de fiabilidade. No entanto, se precisar de viajar com a família ou precisar frequentemente de fazer viagens mais longas, existem rivais mais espaçosos por aí, desde o Kia e-Niro, o Tesla Model 3, Volkswagen ID.4 (ou mesmo o ID.3) e o Volvo XC40/C40 Recharge Pure Electric. Todos estes modelos dispõem de autonomia superior, carregamentos mais rápidos, um sistema de infotainment melhor e de mais espaço no interior.
Volvo C40 Recharge
Se costuma valorizar sobretudo o aspeto e está disposto a aceitar algum sacrifício do ponto de vista prático, o Volvo C40 destaca-se rapidamente dos demais concorrentes, especialmente no que diz respeito à performance. É um modelo elétrico que prima pelo refinamento e comportamento envolvente, justificando na plenitude o estatuto de premium. Contudo, a verdade é que o “irmão” XC40 Recharge oferece um nível de desempenho similar e é mais prático.
Abordagens díspares
Apesar de pertencerem ao mesmo segmento e de terem o mesmo formato de carroçaria, na verdade, estamos perante duas abordagens algo díspares.
O Volvo C40 Recharge Pure Electric recorre a uma dupla de motores elétricos de 204 cv, um por eixo, debitando um total 408 cv e com tração integral. Já o Lexus UX 300e tem uma orientação mais modesta, com apenas um motor elétrico de 204 cv e tração dianteira. O Volvo, com uma bateria mais pequena, com 54,3 kWh de capacidade (em vez de 78 kWh), tem também um alcance oficial mais curto de 315 km, face aos 449 km anunciados pelo Lexus. O conjunto propulsor com o dobro da potência e do binário tem reflexo ao nível das prestações, com 0-100 km/h a serem cumpridos em 4,7 segundos em vez de 7,5 segundos. A velocidade máxima no Volvo é também superior, de 180 km/h em vez de 160 km/h. Já o Lexus sai a ganhar por ser 400 kg mais leve, o que beneficia também os consumos, que são em média de 16,8 kWh/100 km no modelo japonês, em vez de 19,9 kWh/100 km do Volvo.
A nível de velocidade de carregamento, o SUV elétrico da Volvo é capaz de suportar “encostos” rápidos a um máximo de 150 kW, em vez dos 50 kW permitidos ao Lexus. Isto reflete-se num tempo de 40 minutos para encher de 0 a 80% no C40, sendo que o mesmo processo demora 50 minutos no UX300e. O Volvo tem uma caixa de duas velocidades e o Lexus apenas de uma. Ambos possuem discos ventilados, embora de dimensões com 345 mm à frente e 340 mm atrás no Volvo e com 305 mm e 317 mm no Lexus. Os pneus são Pirelli P Zero no modelo sueco e Dunlop Enasave no japonês.
Desempenho coloca o Volvo numa liga à parte
Apesar de ter um formato SUV, o C40 aproxima-se mais de modelos obviamente orientados para o desempenho, tais como o Polestar 2 (com o qual partilha o C40 partilha a plataforma) e o Tesla Model 3 Performance. A capacidade de aceleração do UX é pouco impressionante face à do C40, embora seja bastante reativo seja em cidade ou caso necessite de fazer uma ultrapassagem em autoestrada.
Apesar de tudo, o UX sofre de falta de tração, mesmo em piso seco. O C40 possui a tecnologia “one pedal”, que funciona de forma muito intensiva e requer alguma habituação. Já o UX oferece níveis de regeneração controláveis através de patilhas no volante – embora nenhum com a intensidade do Volvo.
O C40 é claramente um carro mais talhado para uma utilização mais fora do círculo urbano, devido ao maior índice de autonomia anunciado. Ambos são, no entanto, silenciosos, mostrando um refinamento digno de modelos premium. O UX tem um pisar mais orientado para o conforto, mesmo em piso mais degradado. O C40, por sua vez, é um pouco mais “seco” no amortecimento, sobretudo em cidade. O modelo da Volvo não é tão ágil como um Jaguar I-PACE ou um Tesla Model 3, sentindo-se algo pesado a curvar e tendo algum rolamento da carroçaria. Compensa por ter uma boa aderência em curva mesmo em curvas mais rápidas, o que torna mais seguro face ao UX. A direção é, contudo, um pouco leve demais no modo Normal, obrigando a mudar para Dynamic em estradas mais rápidas e o ângulo de viragem é um pouco apertado. Já o Lexus tem uma direção leve e pouco comunicativa, o que facilita o trabalho a estacionar, mas nunca ajuda a tornar a condução propriamente divertida.
O veredito
O C40 Recharge revela-se, no final de contas, como uma opção melhor face ao UX 300e. O SUV elétrico sueco é mais rápido, sem ser propriamente desconfortável na generalidade, juntando a isso o facto de ser um modelo sumptuoso e surpreendentemente prático tendo em conta o formato coupé. O seu maior trunfo é, sem dúvida, a dupla de motores, e o nível de performance ajuda a justificar o preço elevado. Apesar de tudo, o Volvo tem alguns rivais mais divertidos ao volante e, devido ao formato da carroçaria, o C40 tem uma bagageira mais curta e menos espaço em altura atrás comparativamente com a do “irmão” XC40. O UX é bem mais contido nas emoções que proporciona ao volante, fica mais aquém a nível do sentido prático, no alcance, desempenho, no sistema de infotainment e na velocidade de carregamento. No SUV elétrico nipónico as principais vantagens são a solidez da qualidade do interior, o conforto, fiabilidade, refinamento e a boa dose de equipamento de série.
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