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A importância do driver score para uma gestão de frota eficiente

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Gerenciar processos de frota, monitorar custos, atingir metas de sustentabilidade. Esses são apenas alguns dos desafios dos gestores de frotas, pressionados a gerar mais valor e produtividade em suas atividades.

E os condutores desempenham um papel crucial na eficiência de uma frota. Por isso, é preciso educar e incentivar a adoção de técnicas de direção com baixo consumo de combustível, destacar a importância da manutenção adequada do veículo e ampliar a adesão às políticas da empresa.

Mas como implementar processos de melhorias, monitorar e incentivar um comportamento de condução segura e de boas práticas no trânsito, e obter melhores resultados na gestão da frota?

“Até pouco tempo, encontrávamos principalmente políticas de frota nas quais o modelo selecionado para determinado colaborador era baseado nas suas funções. Agora, temos observado algumas mudanças. Com o maior foco na sustentabilidade, segurança e custos, as empresas estão buscando novas oportunidades com base na lógica de uso do veículo pelo colaborador”.

Nesse cenário, o driver score, prática utilizada para elencar níveis de benefícios para os condutores da frota, ganha cada vez mais destaque na gestão, o que, segundo Alexandre Valadão, diretor comercial da Ayvens, “faz parte de uma política e prática mais amadurecida nas empresas.”

Comportamento do condutor impacta na gestão de frotas

O comportamento do condutor tem impacto em quase todos os aspectos da gestão de frotas – desde custos de combustível, manutenção e seguros até a reputação do seu negócio. “O driver score”, ressalta Valadão, “nasce a partir deste contexto; é uma iniciativa que a empresa implementa para avaliar os pontos de risco que considera mais relevantes, considerando hábitos do condutor no uso do veículo, no que diz respeito à segurança, número de acidentes e multas, conservação do ativo, entre outros, para que, finalmente, possa alinhar essas métricas, ao final do contrato, a um benefício, determinado segundo a política de frota de cada empresa oferecidoao próprio condutor”.

O driver score permite ter uma avaliação aprofundada sobre o comportamento dos condutores baseada em métricas quantificáveis e confiáveis. O objetivo é incentivar boas práticas ao volante, visando não apenas otimizar custos, mas também aumentar a segurança dos condutores, oferecendo benefícios como, por exemplo, a possibilidade de compra do veículo após o término do contrato, em condições mais vantajosas do que as normalmente oferecidas pelo mercado. É uma forma de ter mais controle sobre a gestão da frota e equilibrar regras e benefícios.

Segundo Valadão, o cálculo do driver score não segue uma norma, e cada empresa seleciona as variáveis que serão mensuradas de acordo com suas prioridades ou fatores de risco mais relevantes, de forma a incentivar o melhor comportamento do condutor. Não existe uma regra fixa ou fórmula pré-determinada. Para uma pontuação justa, é preciso levar em consideração diversos fatores. “A empresa precisa avaliar se o condutor é um bom utilizador do veículo, se gerou custo que poderia ser evitado ou riscos para a empresa durante um ciclo de 36 ou 48 meses”, diz Valadão.

E quais são os principais parâmetros que devem fazer parte do cálculo do driver score? Segundo Valadão, em primeiro lugar, eles devem ser concretos, transparentes e facilmente calculáveis, como o número de infrações de trânsito. “Mas, mesmo seguindo essa classificação, vamos tomar como exemplo o tipo de multa: não respeitar as regras de rodízio não pode ter o mesmo peso de uma infração por excesso de velocidade ou por ser pego no teste do bafômetro. Os parâmetros devem ser contextualizados, avaliando o seu peso e o que se pode eventualmente colocar, ou não, para agravo.

Outro parâmetro é o custo de manutenção, mas que também deve ser avaliado em um contexto. “Vamos imaginar um condutor que precisa trocar o freio em uma frequência muito menor do que o fabricante determina. Possivelmente ele está usando esse veículo de uma maneira mais acentuada”.

A condição das estradas e das ruas também influi nos custos de manutenção. Por exemplo, um veículo que trafega em uma determinada rota precisa de manutenção com muito mais frequência do que outro, do mesmo modelo, em outra rota. Será que o maior desgaste do primeiro veículo é provocado pelo modo como o condutor dirige ou será que nessa rota as vias estão em péssimas condições, cheias de buracos? Mesmo precisando de mais manutenção, o condutor tem mantido o veículo sempre em bom estado, agendando visitas periódicas e necessárias nas oficinas credenciadas, evitando paradas ou troca de peças mais caras?

Acidentes e colisões também são parâmetros importantes que são captados pelas companhias, porque, normalmente, o colaborador precisa seguir procedimentos de declaração do sinistro para a seguradora ou para uma empresa que tenha um autosseguro para que o processo se cumpra até o fim.

O monitoramento do driver score tem impacto direto na gestão de custos, avaliando, ao longo do caminho, práticas que podem agravar esse percentual como, por exemplo, se um condutor tem muitas multas de trânsito ou registro de acidentes. Também é importante monitorar, durante o contrato, se o custo de manutenção do veículo está além do que é previsto no manual, sem uma justificativa.

Caso esses índices sejam altos, o condutor terá um driver score mais baixo, e, tendencialmente, será penalizado, por exemplo, na opção de compra do carro ao final do contrato, cujo valor é geralmente calculado com um desconto de 30% na Tabela FIPE, ou em outro parâmetro determinado pela empresa.

Por outro lado, aquele condutor que não sofreu multas, não teve ocorrências de sinistro, efetuou as revisões do carro em dia, gerou poucos custos extras para a companhia, estará ali naquele range do máximo de benefício oferecido para comprar o veículo.

E a tecnologia pode contribuir para esse monitoramento. Com a implementação de soluções de telemetria, o driver score ganha mais eficiência com a inteligência de dados, e a empresa pode identificar com maior precisão pontos de melhoria e corrigir os hábitos dos condutores, detectar situações de risco e otimizar o desempenho de cada veículo, além de oferecer benefícios mais justos.

“A empresa pode implementar, inicialmente, um driver score com indicadores básicos, mas já deve avaliar o next step, que é o uso da telemetria, para identificar maiores oportunidades e implementar mudanças necessárias para equilibrar, principalmente, a questão da condução segura".

Driver score e a gestão de risco

A implementação do driver score oferece uma visibilidade sobre hábitos do condutor no uso do veículo que permite às empresas entenderem o nível de risco a que estão expostas.

“Certa vez”, recorda Valadão, “percebi um CEO com a visão de que sua frota estava em ordem do ponto de vista de segurança. A empresa, tinha como procedimento adotado a análise periódica dos pontos nas CNHs de seus condutores e os relatórios analisados eram muito bons: condutores sem pontos atrelados em suas carteiras de habilitação. No entanto, este CEO não se deu conta de que a política de sua empresa não obrigava a indicação de seus condutores às infrações cometidas e logo, sua análise estava totalmente comprometida. Como os veículos neste caso, são propriedade de uma empresa, os pontos acumulados provenientes de multas de trânsito podem ou não ser atrelados a um condutor. Consequentemente, a visão desta empresa era cega sobre o risco associado à frota.”

A gamificação no driver score e na gestão de frotas

“Toda empresa”, diz Valadão, “quer preservar a segurança de seus colaboradores e evitar que seu condutor, por uma imprudência, cause algum dano a terceiros. E a melhor forma de criar uma cultura de segurança é implementar medidas que, de forma positiva, engajem o condutor, fazendo com que ele compreenda que o veículo é um instrumento de trabalho que precisa ser preservado. E que o seu comportamento faz parte dessa dinâmica”.

Uma das estratégias de engajamento é a gamificação, uma estrutura de "desafio e recompensa" — como você pode encontrar em um jogo — que incentiva a adesão ao explorar nosso desejo inerente de competir e receber recompensas e, assim, aumentar o engajamento e encorajar a melhoria. O setor de gestão de frotas não é exceção: há muitas maneiras de aplicar a gamificação, desde recompensar condutores por operarem com mais eficiência ou cuidarem adequadamente de seus veículos até melhorar a segurança.

Primeiro, é preciso identificar as áreas específicas que você gostaria de melhorar. Você está procurando reduzir a velocidade dos motoristas ou garantir que eles estejam realizando verificações regulares em seus veículos? Escolha seu foco e defina metas claras para seus condutores trabalharem.

Então, uma vez que essas metas estejam definidas, certifique-se de que as recompensas oferecidas não sejam apenas claras, mas desejáveis. Não faz sentido implementar uma estratégia que não convença os colaboradores a se envolverem com ela. Verifique os resultados regularmente e, sempre que possível, procure oportunidades de capitalizar o maior envolvimento dos condutores, oferecendo treinamento e direção defensiva, por exemplo, ou orientação extra.

O driver score é um ponto de partida para avaliar riscos e identificar pontos de melhoria que podem ter um impacto gigantesco quando integrados à política de gestão de frotas.

Entre em contato com um especialista Ayvens e saiba mais sobre como otimizar a sua gestão de frotas.

Publicado em 28 de novembro de 2024
28 de novembro de 2024
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